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Artes & manhas | Quando a morte se torna um fato maior do que a morte em si

Por: Luís Bogo
20/04/2024 07:56 - Atualizado em 20/04/2024 07:57
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Reprodução da câmera de segurança da agência bancária

Convivemos com tantos fatos deploráveis que acontecem pelo mundo a cada minuto que mais uma notícia ruim não deveria nos surpreender.

Mas quando li que uma cuidadora de idosos, o melhor seria chamá-la de “descuidadora”, levou o seu paciente já sem vida a um caixa eletrônico para sacar dinheiro, num primeiro momento fiquei sem saber direito o que pensar.

Não pode ser apenas loucura, embora os loucos também possam cometer ações hediondas. No caso ao qual nos referimos no momento, não parece haver sinal de que a tal “descuidadora” estivesse desprovida das suas faculdades mentais.

Pelo que foi descrito até agora nas reportagens já publicadas e nas imagens de vídeo divulgadas pelo banco, ela sabia exatamente o que estava fazendo, e foi extremamente cínica ao levar um defunto a sacar dinheiro num caixa eletrônico e posteriormente colocá-lo em sua bolsa.

Com certeza, o dinheiro que seria sacado não seria enviado à funerária para a preparação do corpo e posterior sepultamento ou cremação. Talvez viesse a ser gasto em lojas, restaurantes, passeios, hotéis ou motéis, em meio a brindes, risos e gozos.

Mas, o que menos nos interessa aqui não é saber o que ela faria, mas expressar toda a repugnância pelo que ela fez.

Seu ato descarado e inumano atinge a todos nós. Ela (me recuso a escrever seu nome até que seja julgada) afrontou a vida, pois não importa saber que para executar seu ato criminoso utilizou-se de alguém que já não respirava. Se ela tiver recursos (o que é improvável, pois quem os teria jamais apelaria a tamanha afronta e desrespeito) contratará um bom advogado para que alegue que o cliente praticou o crime quando não estava em “juízo perfeito”.

Porém, até o momento parece óbvio que a motivação para esta atitude deplorável tenha sido apenas encher o próprio cofre com o dinheiro do falecido.

Isto nos leva a pensar que, com exceções dos fanatismos religiosos, as guerras também são alimentadas apenas pela ganância e pelo poder. Eventualmente um país poderoso pode incitar um menos poderoso a atacar seu vizinho com um míssil apenas para que possa vender mais armas para os dois. São táticas diferentes, mas não menos nojentas do que levar um morto para sacar dinheiro num caixa eletrônico.


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